segunda-feira, 9 de novembro de 2009

exu trava lide

Estou desconfiada da existência de uma entidade no jornalismo chamada exu trava lide, ou lead, como preferirem. O exu trava lide é uma entidade engraçadinha que perambula pelas redações jornalísticas esperando para pregar uma peça no próximo otário em dia de fechamento. Explicando para quem não é jornalista.
Lide ou lead, (como preferirem) é aquele comecinho da matéria, aquele que “teoricamente” te diz o que aconteceu, quando, onde, como e porque. Ele é quem dita a sequência do texto, é quem dá o tom.
Fechamento é um dia comparável ao apocalipse. Você tem que entregar todos os seus textos ao editor, torcer, rezar e fazer mandinga para que ele goste, responder todas as perguntas absurdas que ele certamente terá sobre seu texto, tentar ser desprendido enquanto ele dilacera sua matéria. E não é tudo. Depois de passar pelo editor você ainda tem que esperar que o pessoal da arte diagrame (desenhe, monte) sua página, jogar o texto nela pronta, cortar os milhares de caracteres que certamente estarão sobrando já que no jornalismo brasileiro uma foto é mais valiosa que umas 5 mil palavras, imprimir e levar ao chefe do seu editor para que ele faça mais algumas alterações, voltar ao pessoal da arte, fazer as mudanças necessárias, imprimir novamente e devolver ao seu editor. Resumindo é isso.
É de se entender que nesse dia apocalíptico os jornalistas deixem a redação em horários no mínimo fora do comum. Logo, quanto antes você terminar sua matéria mais cedo você poderá ir para casa. E é sempre nesse momento que o exu trava lide aparece. O primeiro sintoma é claro: você fica durante minutos inerte em frente à tela em branco do Word. A página cretina parece rir de você. Logo você começa a despejar besteiras na página, na esperança de que algo preste, mas o exu não permite, ele provavelmente estará rindo da sua cara. Nesse meio tempo o editor, que obviamente está pouco se fodendo para o exu já te cobrou a entrega umas 7 vezes. Você com todo o cinismo, diz que já está terminando, quando na verdade já desistiu e resolveu escrever um texto alucinado no blog. Então fica um pedido desesperado. Se alguém aí conhece algum pai de santo, padre, pastor, feiticeiro, sei lá eu, alguém que saiba dar um fim nesse engraçadinho do exu trava lide me apresente antes que eu perca meu emprego e vire vendedora de coco na Praia do Forte.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O que faz você feliz?


Passei dias pensando no que escrever sobre minhas férias na Praia do Forte, Bahia. Talvez sobre a paisagem, quem sabe sobre as pessoas ou talvez seria melhor escrever sobre a crise existencial que se apossou de mim depois da volta? Sobre a falta que estou sentindo da paisagem, das pessoas...Bom...resolvi que não consigo escrever sobre isso. Aqueles dias só se explicam na minha cabeça e no meu coração. Então vai ai um textinho publicitário que acho incrível e que é mais ou menos o que eu não tive competência de criar aqui.


O que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar
Uma rua, passear
Um doce, uma dança, um beijo
Ou goiabada com queijo
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde
Arroz com feijão, matar a saudade
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Dormir na rede, matar a sede
Ler ou viver um romance
O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir a toa
Um pássaro, um parque, um chafariz
Ou será o choro que te faz feliz?
A pausa para pensar
Sentir o vento, esquecer o tempo
O céu, o sol, um som
A pessoa, ou o lugar?
Agora me diz, o que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar
Ser amado e amar
Brincar até cansar ou trabalhar
Correr sentindo o vento
Ou correr contra o tempo
Botar o pé no chão ou só sonhar
Um filme uma conversa boa
Passear e rir à toa
O que faz você feliz?
Acordar sempre tarde
Comer um chocolate
O que você prefere, então me diz
Não deixe a vida passar debaixo do nariz
O que faz você feliz?
O que faz você feliz?
O que faz você feliz?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sobre a vida e a morte II



Quem acompanha este blog desde o início deve se lembrar que ele foi inaugurado com um texto entitulado "sobre a vida e a morte" http://historiasedevaneios.blogspot.com/2008/01/sobre-vida-e-morte.html. Naquele texto, diretamente influenciado pela morte da minha madrinha e do meu avô e pelo nascimento de um primo, coloquei um pouco dos meus devaneios sobre o assunto.

Um ano e 8 meses depois este assunto voltou à pauta da minha vida. Apesar de sombria resolvi lhes contar esta história, que teve início no dia 12 de agosto de 2009. Neste dia recebí a notícia do meu editor de que no dia 18 eu iria para Laguna Beach, Califórnia para realizar uma visita à sede da Oakley e algumas entrevistas com seus executivos. Como todos devem imaginar, a notícia foi recebida com muita comemoração. Pois, no dia 18 deixei a redação por volta das 15h em direção ao aeroporto internacional de Guarulhos. Chovia muito em São Paulo, o céu em tom de cinza escuro parecia estar mais perto da terra, as rajadas de vendo acompanhadas da enxurrada de água pareciam lavar a cidade, talvez castigá-la. As ruas não davam vazão a água, muito menos aos carros que se enfileiravam tentando chegar a um lugar qualquer. Alguns pensamentos passavam pela minha mente enquanto o motorista do táxi salteava entre algumas estações de rádio, uma pior que a outra. "Com essa chuva, talvez não chegue em tempo", "Talvez a chuva atrapalhe a decolagem", "Lembrei de trazer o passaporte?"

Por alguma razão que ainda não descobri qual, sempre fico com o coração um pouco apertado antes de viagens. Não tenho nenhum medo de avião, pelo contrário, adoro. Também não tenho medo de lugares desconhecidos, pelo contrário, me fascinam. Mas enfim, o coração fica apertado.

Uma hora depois lá estava eu, sentada no saguão do aeroporto esperando pelo voo. Durante uma hora observei as pessoas que passavam e aquelas que entrariam no avião junto comigo. Uma mulher levava seus dois filhos espevitados, um americano alto trajando bermuda florida e camiseta carregava a expressão de saudade de férias, um grupo de 5 adolescentes conversavam em alto som, animadamente sobre sua viagem de férias, dois americanos negros e altos, com tranças raiz nos cabelos ouviam seus ipods, dois executivos conversavam sobre negócios ao meu lado, uma mulher com um bebê no colo me chamou a atenção, "seu bebê é lindo", "obrigada".

21:50h o voo da American Airlines 962 chegou. Aos poucos todos embarcaram.

Ao meu lado um morador de San Diego contava sobre os dias no Brasil. Com uma hora de voo o jantar foi servido. "Beaf or chicken?" Chicken. No serviço de entretenimento do avião algumas opções de filmes. Escolhi X-Men Origens, pensei que seria um filme leve, amenizaria as muitas horas de voo. Após 20 minutos do filme adormeci. Eu sonhava mas não me lembro com o que. No meio do meu sonho algumas pessoas começaram a gritar. Aos poucos fui deixando o estado adormecido e voltei à realidade. Quisera ter permanecido dormindo, assim como um homem que estava jogado em sua poltrona com a boca aberta, provavelmente sonhando com algo melhor do que viria a acontecer naquele avião.

- Existe algum médico neste avião? Por favor, existe algum médico neste avião?

-Sim eu sou médica

Duas poltronas atrás da minha, uma mulher chorava sacudindo o marido apático.

O homem de cerca de 50 anos foi retirado da poltrona pelos comissários e pela médica.

- Desfibrilador rápido! RÁPIDO!

No meio do avião, deitado no chão, o homem recebia os choques daquela médica, a mãe que no saguão do aeroporto segurava seu bebê, a mesma com quem conversei sobre a beleza de seu filho.

O americano ao meu lado apoiou o rosto nas mãos e ficou em silêncio. Não sei se rezava, se pensava ou se chorava. Eu chorei, um choro tímido, de impotência. Também rezei, pedi a Deus que não deixasse que aquele homem morresse naquele momento. Talvez Deus saiba melhor que eu qual o melhor momento para alguém morrer. O homem morreu. Sobrevoando a Cordilheira dos Andes. De acordo com sua mulher, ainda em estado de choque, ele jantou e dormiu, dormiu um sono sem fim.

O silêncio pairou no avião.

Alguns minutos depois e o comissário disse: "Senhores passageiros, tivemos uma situação de emergência no voo que já está sob controle"

CONTROLE. A palavra não me saía da cabeça. Que controle temos sobre esta vida? Pensamos que podemos controlar nosso peso, nossa rotina, nosso futuro, nossos sentimentos, nosso dinheiro. Pensamos que podemos controlar a natureza e o inesperado. Poupamos dinheiro pensando no futuro. Deixamos para amanhã a convivência com a familia, os momentos de alegria, tranquilidade. Fazemos tudo em busca de dinheiro, status, reconhecimento. Pois mais uma vez eu vi, bem na frente dos meus olhos, que a morte não nos dá um tempinho a mais, uma canjinha, um chorinho, uma saideira.

Para aquele homem, a viagem terminou ali.

Pensei na minha vida, nas minhas preocupações, naquilo que é importante para mim e naquilo que eu pensava ser importante. Mais uma vez levei um puxão de orelha, um pontapé do destino, um recado de Deus, chamem como quiser. O fato é que a vida é breve e não tem prazo de validade. Espero, profundamente, que aquele homem tenha amado, tenha beijado as pessoas importantes, tenha tomado um porre sem se preocupar, tenha perdoado, tenha dado mais importância às pessoas que ao dinheiro, tenha aprendido que um trabalho é apenas um trabalho, tenha dado risada sem se preocupar em parecer tolo, tenha comido pratos maravilhosos, conhecido lugares inesquecíveis, feito amigos sinceros, tenha amado e respeitado seus pais, alcançado uma relação de amizade com seus filhos e principalmente tenha descoberto que sua vida era o presente mais maravilhoso de Deus e que a pessoa, dentro daquela carcaça mortal era valiosa.

Eu espero que eu aprenda todas estas coisas, antes do fim da viagem.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A intenção deste blog nuca foi se tornar um diário, o que eu pretendia era ter um espaço para escrever o que eu queria, aquilo que tinha vontade, sem pensar em pauta, em público alvo, em número de toques, editor, ou qualquer coisa assim. A questão é que hojeeu preciso de algum lugar para descarregar, para dizer tudo aquilo que não posso dizer, na verdade, posso, mas não devo. Quando meus pais se sepraram a terapeuta disse pra minha mãe: "Escreva em um caderno tudo aquilo que te angustia, que te amargura, que te irrita".
Hoje me apodero deste espaço como meu caderno de desabafos. Peço desculpas a quem lê meu blog, vocês de fato não merecem isso, mas farei mesmo assim.
Existem algumas coisas que você aprende em casa, quando criança, aprende como sendo a atitude certa, aquilo que você deve fazer. Pois é, é muito dificil quando você é obrigado a conviver com alguém que é exatamente o oposto de tudo aquilo que você aprendeu.
Eu sempre ouvi: Seja honesto, educado, gentil, corajoso, humilde, sicera e acima de tudo, sempre, sempre respeite os outros. Trate cada um como você gostaria de ser tratada, independente de quem seja. Pois é isso que eu faço.
O que sinto hoje, por esta pessoa, é um misto de piedade, rancor e desprezo, que na minha opinião é o pior de todos os sentimentos. Tenho pena, pois é obvio que a felicidade alheia o incomoda. Tenho raiva, pois ninguém além dele é culpado por suas amarguras e descontentamentos e ninguém deveria ser culpado por suas inseguranças. Sinto desprezo, pois alguém que não é capaz de ter respeito pelos outros não merece nada mais que isso, desprezo.
Deixo este post esperando, sinceramente, que em breve eu não tenha mais que conviver com alguém tão pequeno.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Alguma coisa acontece no meu coração

Acho bem piegas colocar letra de música no blog, mas hoje, me sentindo meio pra baixo (o que por si só já é bem piegas), só conseguia pensar nessa música. Então, lá vai.

Sampa
Caetano Veloso

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Resposta à crise existencial do post anterior


Você pode optar entre escalar o Everest sozinho e sem oxigênio ou contratar um guia e sherpas para carregar suas mochilas, colocar escadas sobre as gretas, apoiar-se em 2 quilômetros de cordas fixas e ter um sherpa te puxando e outro te empurrando. CEOs e cirurgiões plásticos ricos e poderosos que tentam escalar o Everest dessa maneira estão tão fixos no objetivo - o cume - que comprometem o processo. O foco em escalar montanhas grandes e perigosas deveria ser obter algum tipo de crescimento pessoal ou espiritual, mas isso não acontecerá se você comprometer o processo inteiro.


Por Yvon Chouinard

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Alguém que eu não pretendia ser


Estou pouco a pouco me tornando um ser que eu não pretendia ser. Sim. As letras de Zé Paulo me caíram como uma luva. Mas parafraseando a mim mesma explico melhor a confusão que não tem explicação. Estou cansada. Um cansaço que passou do limite físico, um cansaço que dói cada osso da alma, cada músculo do espírito e cada pedaço de pele do pensamento.
Estou cansada de levantar pela manhã, de girar a chave no contato do carro, de dirigir como um zumbi pela marginal, de sentar à frente do mesmo computador, ouvir as mesmas piadas, sentir a mesma angústia, o mesmo medo, a mesma insatisfação. Cansei de mastigar, de pensar, de piscar.
Cansei das luzes vermelhas que se enfileiram à minha frente na volta.
Cansei da rosca simultânea, do agachamento, da esteira. Cansei de andar e não sair do lugar, cansei das pessoas.
O pior cansei de tudo que sempre sonhei para mim. Cheguei ao acampamento base do Everest, ainda tem tantos outros lá pra cima, mas cansei disso. Olho para baixo e penso, qual o sentido desta subida? Será que vou chegar lá em cima? E quando chegar será que perceberei que a subida foi em vão. Que a bela vista não compensa na realidade todo o esforço?

Esses dias ouvi: “você se decepciona tanto porque quer ter tudo ao mesmo tempo. Quer ser bonita, magra, malhada, inteligente. Escrever um livro, beber cerveja, se divertir, ser responsável e irrepreensível”. Quero ter sucesso e tranquilidade. Quero ter dinheiro e tempo livre. É, acho que realmente to querendo demais.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Neverland das inspirações


Era uma vez um galpão de arquitetura inglesa no bairro da Lapinha. O lugar se chamava Neverland das inspirações. Lá várias inspirações seguiam apressadas os corpos de seus donos. Altas, baixas, morenas, gordas, magrinhas, desajeitadas...
Grampeadas pelos ombros, as inspirações se encontravam nos banheiros, tomavam lanches juntas e até dor nas costas sentiam pelas horas a fio acompanhando aqueles corpos.
Durante anos as inspirações permaneceram ali, cada uma em sua baia, escravizadas pelos corpos que pareciam não compreender que a rotina das inspirações era diferente da deles. Elas necessitavam descanso, seguro desemprego, horário de almoço e aparentemente não produziam durante o horário comercial regular, mas os corpos intransigentes não queriam saber, eram adeptos do trabalho escravo.
Um belo dia, uma inspiração revolucionária resolveu fazer greve! Desprendeu-se do corpo de seu dono e correu...Num ato praticamente suicida a inspiração se jogou janela abaixo. Não se sabe se ela morreu, se hoje vive nas Ilhas Maldivas surfando, se encontrou um corpo menos autoritário ou se está na fila dos desempregados, afinal com a crise econômica o mercado não está lá muito bom para as inspirações.
Algumas outras inspirações se empolgaram com o ato de coragem daquela revolucionária e seguiram o exemplo, fugiram. Correram cada uma para um lado num ato de libertação.
Durante uma semana nada se fez naquele galpão de estilo inglês. Os corpos ficaram todos ali, prostrados em frente a uma tela em branco de Word.
Depois de uma semana a inspiração que fica ao final do corredor teve uma ideia, preencheu aquelas vagas com inspirações novas em folha, recém saídas do casulo....mais dispostas e que cobravam menos pelo trabalho. Assim ele poderia sugar tudo das novas inspirações e quando elas já não servissem poderia trocá-las novamente...A inspiração do fim do corredor se achou brilhante, sentiu-se a mais esperta de todas as inspirações. Ela só não imaginava que as inspirações revoltosas estivessem todas juntas, treinando na Venezuela com Hugo Chávez. As inspirações se organizaram em guerrilhas e voltaram para tomar o poder na Lapinha...Infelizmente não deu certo, pois algumas inspirações infiltradas e X-9 caguetaram o plano que foi por água abaixo.
E todos viveram infelizes para sempre, menos a primeira fujona que depois se soube pelo Jornalistas & Cia que estava de fato vivendo nas Ilhas Maldivas e se dedicando a projetos pessoais.


PS: Este texto não foi inspirado pela utilização de nenhum tipo de droga ilícita, e sim pelo comentário de uma inspiração vizinha de mesa, Dani

diálogo

- Assessoria de imprensa X bom dia
- Bom dia, eu sou repórter e gostaria de falar com o assessor de imprensa responsável pela conta da empresa Y.
- Ah sim, claro, vou te passar para o Carlãozinho
- Para o Carlos?
- Não, para o Carlãozinho
.
.
.
- Olá quem fala?
- É o Carlãozinho

INCRÉDULA

- Oi Carlãozinho

ENVERGONHADA

- Você pode me enviar algumas fotos do produto Z?
- Sim, é claro. Você pode fazer este pedido por e-mail?
- Claro. Para qual e-mail envio o pedido?
- Carlaozinho@ xxxxxxx .com.br

terça-feira, 12 de maio de 2009

Próxima parada


Próxima parada: estação Água Branca
Amontoados.
Minha mala atropela uma mulher morena, que simpática diz, não se preocupe.
Não me preocupo.
Próxima parada: estação Barra Funda, é aqui que eu fico
Para trás as palavras escritas, o vinho bebido e a irritação sentida
Logo atrás os passos apressados e o funil de gente que se espreme a fim de subir quanto antes a escada rolante. Todos parecem estar vivendo seus últimos segundos. Será que aquela correria desenfreada tem razão de ser, ou como o coelho de Alice eles só têm pressa?
Eu tenho pressa, quero fugir o quanto antes.
Meus olhos cansados se fixam nas luzes refletidas nas águas negras do rio.
Cansaço.
Baixo as pálpebras tentando acelerar esse momento, este vácuo entre aquilo que é e aquilo que foi, entre aquilo que foi e o que nunca voltará a ser...
Por alguns instantes gostaria que esse trajeto não terminasse, assim poderia permanecer ali, bem no meio do caminho, eternamente perdida entre dois lugares que não me pertencem.
Solidão.
No meio fio já posso sentir o cheiro, aquele cheiro. Não sei dizer se é de grama, de terra molhada ou de ar limpo, mas o cheiro está lá, já me arranca um sorriso.
Depois disso, acalento.
Momento piegas, abraço, beijos, colo, carinhos...
Pudera esse momento não ter fim, mas, toda escolha implica uma renúncia.
No ultimo momento a água lavou o mundo, meu mundo.
No horizonte uma ponte em vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e lilás indicava o caminho de volta...
Marginal parada

Estou de volta

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Queria...


Queria escrever mais neste blog, juro que queria
Queria ter idéias boas pra ele todo dia
Queria pensar em pautas brilhantes no trabalho
Queria que minhas matérias fossem corretas, desafiadoras, criativas e tocantes
Queria ler mais livros, mais jornais e mais revistas
Queria estudar mais para minha pós-graduação
Queria conseguir ir à academia todos os dias
Queria ficar magra e malhada como a moça na capa da revista
Queria beber menos
Queria comer mais e não me preocupar com isso
Queria não falar mal das pessoas
Queria fazer um trabalho voluntário
Queria ter mais atitudes reais perante minhas indignações e convicções
Queria ter mais paciência
Queria ser mais menina, mas só um pouco
Queria ir mais à praia
Queria conseguir não me estressar tanto
Queria passar mais tempo com meu namorado
Queria ir mais para Agudos, passar um tempo com minha mãe, irmã, primas...
Queria passar mais tempo com meu pai
Queria ter mais tempo pra mim, mesmo querendo fazer tantas coisas

Acho que queria mesmo era não precisar de tanta coisa pra ser feliz....Será que isso existe?

terça-feira, 7 de abril de 2009

sem palavras

Clark Little

Este cara vive de fotografar ondas ao redor do mundo....




























































terça-feira, 31 de março de 2009


Apaguem as luzes! Apaguem as luzes!
Da janela do quarto ele gritava com todo o ar que tinha nos pulmões. Era um pedido para que cada janelinha daquelas, cada homem, mulher ou criança escutasse por um momento o que o mundo vem tentando nos dizer há décadas. APAGUEM AS LUZES!
No último sábado, 28 de março, aconteceu a Hora do Planeta, campanha da ONG WWF (Fundo Mundial para a Natureza), que pretende mandar ao mundo a mensagem, “vamos salvar o planeta do aquecimento global”. O pedido era que todos apagassem as luzes das 20:30 às 21:30 daquele sábado.
Mas parece que poucos deram ouvidos, ao mundo e aos berros daquele homem, a chama na maioria das janelas permaneceu acesa. Alguns, pequenos e grandes atenderam às súplicas e desligaram o interruptor.
O ato era simbólico e simples, 1 hora sem luz, a ilha Chatham, na Nova Zelândia, foi a primeira a apagar as luzes de seus cartões postais, seguida pela Austrália e Nova Zelândia junto com vários pequenos países do Pacífico Sul. A Tailândia e a China também atenderam ao chamado. A Europa se uniu ao movimento, Londres, Paris, Bruxelas, Portugal, Roma e Madri.
Paris apagou o museu do Louvre e a torre Eiffel, na Itália, a cúpula de São Pedro no Vaticano se apagou junto da Torre de Pisa, e das pirâmides de Guiza no Egito.
Na América, o Obelisco de Buenos Aires; a Casa Branca, em Washington; a Times Square, em Nova York e a ponte Golden Gate, em San Francisco, todos às escuras.
No Brasil, o Cristo Redentor, o bondinho do Pão de Açúcar, a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, São Paulo apagou a ponte estaiada, enquanto Brasília deixou às escuras o Congresso e o Palácio do Planalto.
88 países ao redor do mundo apagaram suas luzes durante uma hora, o que me faz pensar por que uma só pessoa, sentada no seu sofá na zona sul de são Paulo não pode desligar?
Para você que ignorou a hora do planeta, assim como ignora as enchentes que destroem as cidades, o aquecimento global, os desastres naturais, a extinção de centenas de espécies animais e vegetais, a falta de alimento e de água potável no mundo. Para você que ignora o fato de que uma ato, um gesto, uma atitude pode fazer diferença vai o recado:

A energia que você usa depende majoritariamente do petróleo, a queima do petróleo e outros combustíveis fósseis aumenta o aquecimento global, então aquela lampadinha que você não apagou vai gerar algo assim:

Estima-se que cerca de 8,4 milhões de toneladas de petróleo sejam laçadas ao mar todo ano. A cada um milhão de toneladas de petróleo transportadas por vias marítimas, uma tonelada é perdida em derrames. Cerca de quatro litros de petróleo despejados no mar podem poluir aproximadamente 378 milhões de litros de água, o equivalente ao consumo de 50 pessoas durante um ano.


Os combustíveis fósseis - carvão, petróleo e gás natural - representam atualmente mais de 85% de toda a energia consumida nos Estados Unidos. Cerca de dois terços do total de eletricidade do país e praticamente todos os combustíveis utilizados para transportes são fósseis, de acordo com o Departamento de Energia Americano. Este tipo de energia ainda é responsável por três quartos da energia consumida no mundo.


O aquecimento global vai aumentar as temperaturas na Amazônia entre 2º C e 3º C, e pode deixar o clima mais seco e com redução de chuva entre 10% a 20%.
Um cerrado mais pobre em biodiversidade vai avançar sobre a floresta. Esta savanização é acelerada pelos desmatamentos e queimadas.
Das 32 ecorregiões da Amazônia, pelo menos 18 perderão mais de 40% da cobertura florestal e 12 delas vão perder mais de 70%, com impactos gravíssimos na biodiverisdade.
O desmatamento também reduz o transporte de umidade para outras regiões da América do Sul, como Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, provocando secas em outras regiões.
Se a Amazônia for desmatada totalmente, alterações no regime de chuvas podem afetar o clima da América do Norte e da Europa, atingindo regiões a 10 mil km de distância.
Se todo o carbono armazenado na Amazônia for para a atmosfera, a concentração global dos gases de efeito estufa aumenta de 15% a 17%.
Nos próximos 50 ou 80 anos, o nível do mar vai subir entre 30 cm e 80 cm em função do derretimento de gelo que vem ocorrendo nas últimas décadas. Anomalias na Antártica podem acrescentar mais 15 cm a esta conta.
Cidades localizadas na costa brasileira serão atingidas. Construções à beira mar vão desaparecer, populações terão que ser remanejadas e os sistemas de esgoto precários entrarão em colapso.
O aquecimento global vai intensificar a ocorrência de tempestades intensas e novos furacões poderão atingir a costa do Brasil.
Secas poderão atingir os estados da região Sul com freqüência e intensidades crescentes.
Extremos de temperatura podem se intensificar tanto no verão como no inverno.
A produção de grãos poderá ficar inviabilizada no Sul do Brasil, aumentando o êxodo rural.
A migração das lavouras para o Norte pode aumentar ainda mais o desmatamento da Amazônia, o que vai diminuir o transporte de umidade e as chuvas no Sul.
As chuvas cada vez mais intensas vão castigar as cidades, com grande impacto social nos bairros mais pobres.
Temperaturas mais altas aumentam a incidência de doenças e a mortalidade de crianças e idosos.

Não entendeu? Eu desenho...

Amazônia – Se o avanço da fronteira agrícola e da indústria madeireira for mantido nos níveis atuais, a cobertura florestal vai diminuir dos atuais 5,3 milhões de km2 (85% da área original) para 3,2 milhões de km2 em 2050 (53% da cobertura original).
O aquecimento global vai aumentar as temperaturas na região amazônica, e pode deixar o clima mais seco, provocando a savanização da floresta.
Semi-árido – As temperaturas podem aumentar de 2º C a 5º C no Nordeste até o final do século 21.
A caatinga será substituída por uma vegetação mais árida.
O desmatamento da Amazônia pode deixar o semi-árido mais seco.
Com o aquecimento global, a evaporação aumenta e a disponibilidade hídrica
diminui.
Com a degradação do solo, aumentará a migração para as cidades costeiras.

Zona Costeira – O aumento do nível do mar vai trazer grandes prejuízos ao litoral. Construções à beira-mar vão desaparecer, portos serão destruídos, populações terão que ser remanejadas. Sistemas de esgoto precários entrarão em colapso.
Novos furacões poderão atingir a costa do Brasil.

Região Sul – A produção de grãos poderá ficar inviabilizada na região Sul do Brasil com o aumento da temperatura.
As chuvas cada vez mais intensas vão castigar as cidades, com grande impacto social nos bairros mais pobres.
Com temperaturas mais altas e extremas em curto espaço de tempo, mais doenças serão registradas.

Agricultura – Culturas perenes – como o café e a laranja – tendem a procurar regiões com temperaturas máximas mais amenas e o eixo de produção poderá se deslocar para o sul do país.
As elevadas temperaturas de verão vão condicionar o deslocamento das culturas como arroz, feijão, milho e soja para a região Centro-Oeste, promovendo um forte deslocamento do atual eixo de produção nacional.

Recursos Hídricos – A redução de chuvas e a diminuição de vazão nos rios vão limitar a diluição dos esgotos.
Pode haver transbordamento das estações de tratamento e de sistemas de esgotamento sanitário.
A geração de energia ficará comprometida com a falta de chuvas em algumas regiões.

Grandes Cidades – Regiões metropolitanas ficarão ainda mais quentes, com mais inundações, enchentes e desmoronamentos em áreas de risco, principalmente nas encostas de morro.

Saúde –
Os casos de doenças infecciosas transmissíveis vão aumentar. A dengue e a malária podem se alastrar pelo país.
A proliferação de vetores tende a aumentar nas áreas urbanas.

(fonte: Greenpeace)

Quem sabe agora você pare para pensar sobre o que aquela uma hora poderia ter poupado...

sexta-feira, 27 de março de 2009

O tempo que o tempo leva


Já olhamos para as estrelas para saber que caminho seguir, hoje olhamos para o GPS;
já torcemos pela chegada da chuva, pois ela representava prosperidade e abundância de alimentos, hoje ela representa duas horas de trânsito, enchentes e destruição;
costumávamos saber a época das frutas, verduras e legumes, hoje comemos enlatados, ensacados e congelados, nada mais tem época;
já ouvimos com atenção os conselhos dos mais velhos, pois eles são mais sábios, hoje não temos tempo para isso;
já trocamos cartas de amor, hoje trocamos sms;
já passamos horas apaixonados, olhando fixamente nos olhos do objeto de paixão, hoje olhamos para a web cam;
já olhamos enamorados para a Lua em noites de verão, hoje só se pode ver cinza no céu, e verão? Nem se sabe mais em que estação estamos.


Me pego pensando quanto estamos perdendo e quanto estamos ganhando...

sexta-feira, 13 de março de 2009

O porquinho Heitor



Hoje recebi de um amigo o seguinte e-mail:

O MENOR CONTO DE FADAS DO MUNDO

Era uma vez uma bela moça que pediu um garoto em casamento:

- Você quer se casar comigo?

Ele respondeu:

- NÃO!

E a moça viveu feliz para sempre, não teve filhos, viajou, conheceu muitos outros garotos, fez plásticas, não lavou louça nem fez jantar, visitou muitos lugares, sempre estava sorrindo e de ótimo humor, nunca lhe faltava pretendentes, ia e voltava quando e para onde queria, saia pra jantar com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O garoto, ficou velho, careca, barrigudo, engordou, broxou, se fodeu e ficou sozinho....
FIM
Se eu tivesse recebido este e-mail em outro dia e de outra pessoa talvez tivesse passado batido, como faço com tantas piadinhas que recebo ao longo do dia.O caso é que este amigo me ensinou muito sobre liberdade de escolha. Explico.

Em um almoço no boteco, numa sexta-feira qualquer do ano passado, os 3 porquinhos (pseudônimos, rs) conversavam, Cícero (eu) e Prático (molas loucas) falávamos sobre relacionamentos, como os homens não entendem as mulheres e vice-versa, blá blá blá, aquelas generalidades que tendemos a falar com umas cervejas na cabeça, quando de repente, não mais que de repente Heitor lança: “Eu posso opinar sobre isso, já que fui casado com uma mulher durante anos e hoje sou casado com um homem”.

Silêncio

A gente sempre enche o peito pra dizer, EU não tenho preconceito, EU aceito as pessoas como elas são, EU acho que cada um deve fazer suas opções e ser feliz! Mas a verdade é que quando a realidade se mostra assim, sem máscaras e principalmente sem acessórios – por que isso tudo seria muito simples se ele desse pinta, mas não é o caso – você repensa quão livre você realmente é.

Bom, passado o choque da revelação veio o fuzilamento de perguntas, afinal não é todo dia que um amigo te conta assim que é gay e você tem a possibilidade de fazer aquelas perguntas que você sempre quis fazer mas nenhuma revista de comportamento que se preze publicaria.

Bom, sei que não tenho muitos leitores, mas a meia dúzia de gatos pingados que acompanha minhas histórias e devaneios deve estar se perguntando: “ok, por que você está contando isso tanto tempo depois”. Bom, ontem no almoço da Firrrrrma conversamos sobre viver no sistema e viver fora do sistema (doce ilusão)...bom, o fato é que cheguei à conclusão que eu não tenho que pensar igual, agir igual, querer igual, responder igual e o melhor de tudo, se no meio do caminho eu decidir mudar de ideia eu posso! (Heitor, hoje você me fez lembrar deste pequeno detalhe e me fez olhar para o Lobo com outra cara, se bobear saio da minha cabana feita de palha e dou um murro nesse cretino).

Você acha isso obvio? Pois é, eu também achava, mas a verdade é que não é simples. As pessoas esperam de você. Esperam que você seja educado, que se vista bem, que faça uma faculdade, que termine esta faculdade, que obedeça as regras, que se case com alguém do sexo oposto, que seja magra, saudável, um pouco submissa e feliz!

E aí eu te pergunto, e se você for tudo isso e não tiver a ultima palavrinha?

Fecho o texto com algumas perguntas, talvez para mim, talvez para você, talvez para ninguém responder... Você vai fazer os outros felizes ou a si próprio? Está disposto a abrir mão da sua felicidade para se encaixar ou está disposto a abrir mão de se encaixar pela sua felicidade?


“A question that sometimes drives me hazy: am I or are the others crazy?”


Albert Einstein

quarta-feira, 4 de março de 2009

Coisas que descobri essa semana




1 - Todos aqueles que dizem que tirar o dente do siso não dói, MENTEM, deslavadamente, descaradamente, sem o menor pudor ou remorso;

2 – A anestesia é sofrível...eu sei eu sei, ela foi inventada para ajudar, ameniza a dor, evitar que soframos vagarosamente até nos esvairmos em dor e suor no leito de morte...sim sim...mas a sensação de tocar seu queixo e não sentir é esdrúxula, o queixo está lá, o dedo está lá, o toque está lá, eu posso ver (eu de fato pedi ao dentista para olhar no espelho), mas você simplesmente não sente, aquele queixo parece pertencer a outro alguém que por instantes abduziu seu corpo. ESTRANHO

3 – Se você não sente a língua não consegue engolir!!!! Isso é um absurdo e demonstra como somos burros e limitados. Só a percepção foi afetada pela anestesia, não o movimento. Por que então a horrível sensação de que não vai conseguir engolir nunca mais?

4 – Ninguém morre por não engolir. Já imaginou a cena, no velório? Visitante vai até a viúva e diz: - morreu de que? A viúva triste responde: - de uma hora para a outra parou de engolir. Não isso não é possível, não é viável e muito menos provável, mas ainda assim a ideia rondou minha imaginação nas 2 horas de retirada do siso.

5 – Essas pessoas que fazem dietas líquidas para emagrecer têm, sem sombra de dúvida, algum desvio mental grave, provavelmente causado pela ausência de mastigação. Eu sei que sou dramática, leonina com ascendente em leão, mas é humanamente impossível viver mais de dois dias sem mastigar. Por algum motivo fisiológico estranho, que algum cientista já deve ter estudado, o corpo não compreende que você precisa comer mais, logo se fica saciado, e mais rápido ainda volta a sentir fome. É um ciclo sem fim, até que você encara aquela papa colorida, ela olha pra você, já não se sabe se é mandioquinha, beterraba, batata ou cenoura, uma vez passadas no liquidificador, é tudo a mesma coisa.


6 – cefalexina fede. Este é o único remédio no mundo (mundo leia-se a meia dúzia de remédios que eu conheço) que consegue feder dentro da cápsula. INACREDITÁVEL.

7 – Somente médicos poderiam ter inventado que remédio deve ser tomado de 8 em 8 horas, porque esses cretinos não dormem nunca e estão acostumados com isso. Agora o pobre paciente que tem hábitos de sono normais nunca vai se adaptar a acordar no meio da madrugada para tomar remédio.

8 – TPM e Cefalexina não podem conviver juntas. Por alguma razão estranha ao meu conhecimento a cefalexina tirou absolutamente meu paladar e a TPM aumenta significativamente minha vontade incontrolável de comer. Pareço um cachorro correndo atrás do rabo. (Talvez este seja o motivo deste post tão raivoso)

9 – Não é legal fazer academia com pontos dentro da boca. Eles latejam, doem e sangram. (Não posso nem dizer que não fui avisada, foi pura teimosia, mas a síndrome de gorda me atacou)

10 – Pessoas magras nunca saberão o prazer de comer sem culpa. Elas têm esse privilégio, podem comer tudo o que quiserem, mas nunca vão saber aproveitar. É como pessoas que nasceram com o cabelo liso, como eu, nós nunca teremos idéia de quão prazeroso de fato é não ter que arrumar o cabelo, caiu na normalidade.

11 – Não leia as entrelinhas. Depois que você começa a fazer isso a vida se torna insuportável. Você pode até ficar mais espertinho, mas vai ficar paranóico.

12 – A maioria das pessoas mentem por conveniência.

13 – A igreja católica não se cansou de falar asneira.

14 – Fernando Collor de Melo não morreu

15 – Brasileiro não sabe votar bem nem no Big Brother, quem dirá em eleições presidenciais.

16 – Bolo de casamento é feito de ISOPOR! Achei isso uma enganação, uma falsidade, um ultraje.

17 - Os combustíveis fósseis - carvão, petróleo e gás natural - representam atualmente mais de 85% de toda a energia consumida nos Estados Unidos. Cerca de dois terços do total de eletricidade do país e praticamente todos os combustíveis utilizados para transportes são fósseis. Este tipo de energia ainda é responsável por três quartos da energia consumida no mundo. Bastante né?

18 – A última que acabei de receber (18:34 quarta-feira). Carmen Minranda precisa de um gancho. Aparentemente o centenário da mulher não é suficiente.



terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sampa


Foram tantos os que te cantaram amor ou ódio, milhares os que te amam, incontáveis os que te odeiam, muitos até se dividem e caminham na corda bamba desta tênue linha.
Eu arrisco nestas linhas um ensaio.
Nossa relação comemora anos, 6 já se passaram, do começo, daquele fitar despretensioso, quando encantada admirava suas formas, seus apelos, seus encantos. De longe te admirei, te quis como minha mais nova conquista, te desejei, e com ímpeto de Leão (daqueles de agosto e daqueles de sangue) decidi que seria meu troféu.
Logo, a dura realidade da relação se fez ouvir, como ruído constante que em nenhum momento me deixava. Os “R” ainda se enrolavam na língua antes de sair acanhados da boca caipira.
Você, prepotente, não se deixou conquistar, me tirou a identidade, de repente não era mais ninguém, nada me pertencia, me tornei um qualquer que perdido procurava seu lugar, sem nem saber que lugar era esse.
Não podia voltar, o antes já não me pertencia, nem eu pertencia a ele, mas você não me abriu os braços facilmente, não se compadeceu da minha agonia.
Logo a paixão se fez rancor, a admiração, desprezo, e o novo, se fez temor. Em suas entranhas me perdi, quantas lágrimas derramei querendo apenas um pouco de sua atenção, compreensão, paciência. Mas você, apressada, ocupada, atarefada, não me deu ouvidos.
O nome e sobrenome você transformou em número, mais um.
Pensei em te deixar, ah, como pensei em te deixar, te dar as costas como você havia feito comigo. Voltar.
Mas um Leão tem seu orgulho e seu brio. Ergui a cabeça e enfrentei você, já não sabia pelo que lutava, já não sabia se valia a pena esta luta, mas segui.
A relação se solidificou, nossa linguagem se assemelhou, o “R” já não é mais problema.
Hoje sou Leão novamente, sou nome e sobre nome, sou alguém. “Não tenho medo de saber quem não sou, nem de parecer que eu sou”. Você finalmente me deu o reconhecimento que eu tanto procurava. Voltamos a nos olhar, nos fitamos durante alguns momentos, a reconciliação aconteceu e foi doce.
Hoje, o nome impresso é o presente desta comemoração. Foram necessários 6 anos para que eu deixasse e voltasse a ser Natália Leão Garcia, com muito mais coisas na bagagem do que aquelas peças de roupas e pedaços de sonhos que encheram as malas em 2003. Meu nome está gravado nas suas Ruas, Avenidas e na Sua história.
"Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso"