terça-feira, 31 de março de 2009


Apaguem as luzes! Apaguem as luzes!
Da janela do quarto ele gritava com todo o ar que tinha nos pulmões. Era um pedido para que cada janelinha daquelas, cada homem, mulher ou criança escutasse por um momento o que o mundo vem tentando nos dizer há décadas. APAGUEM AS LUZES!
No último sábado, 28 de março, aconteceu a Hora do Planeta, campanha da ONG WWF (Fundo Mundial para a Natureza), que pretende mandar ao mundo a mensagem, “vamos salvar o planeta do aquecimento global”. O pedido era que todos apagassem as luzes das 20:30 às 21:30 daquele sábado.
Mas parece que poucos deram ouvidos, ao mundo e aos berros daquele homem, a chama na maioria das janelas permaneceu acesa. Alguns, pequenos e grandes atenderam às súplicas e desligaram o interruptor.
O ato era simbólico e simples, 1 hora sem luz, a ilha Chatham, na Nova Zelândia, foi a primeira a apagar as luzes de seus cartões postais, seguida pela Austrália e Nova Zelândia junto com vários pequenos países do Pacífico Sul. A Tailândia e a China também atenderam ao chamado. A Europa se uniu ao movimento, Londres, Paris, Bruxelas, Portugal, Roma e Madri.
Paris apagou o museu do Louvre e a torre Eiffel, na Itália, a cúpula de São Pedro no Vaticano se apagou junto da Torre de Pisa, e das pirâmides de Guiza no Egito.
Na América, o Obelisco de Buenos Aires; a Casa Branca, em Washington; a Times Square, em Nova York e a ponte Golden Gate, em San Francisco, todos às escuras.
No Brasil, o Cristo Redentor, o bondinho do Pão de Açúcar, a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, São Paulo apagou a ponte estaiada, enquanto Brasília deixou às escuras o Congresso e o Palácio do Planalto.
88 países ao redor do mundo apagaram suas luzes durante uma hora, o que me faz pensar por que uma só pessoa, sentada no seu sofá na zona sul de são Paulo não pode desligar?
Para você que ignorou a hora do planeta, assim como ignora as enchentes que destroem as cidades, o aquecimento global, os desastres naturais, a extinção de centenas de espécies animais e vegetais, a falta de alimento e de água potável no mundo. Para você que ignora o fato de que uma ato, um gesto, uma atitude pode fazer diferença vai o recado:

A energia que você usa depende majoritariamente do petróleo, a queima do petróleo e outros combustíveis fósseis aumenta o aquecimento global, então aquela lampadinha que você não apagou vai gerar algo assim:

Estima-se que cerca de 8,4 milhões de toneladas de petróleo sejam laçadas ao mar todo ano. A cada um milhão de toneladas de petróleo transportadas por vias marítimas, uma tonelada é perdida em derrames. Cerca de quatro litros de petróleo despejados no mar podem poluir aproximadamente 378 milhões de litros de água, o equivalente ao consumo de 50 pessoas durante um ano.


Os combustíveis fósseis - carvão, petróleo e gás natural - representam atualmente mais de 85% de toda a energia consumida nos Estados Unidos. Cerca de dois terços do total de eletricidade do país e praticamente todos os combustíveis utilizados para transportes são fósseis, de acordo com o Departamento de Energia Americano. Este tipo de energia ainda é responsável por três quartos da energia consumida no mundo.


O aquecimento global vai aumentar as temperaturas na Amazônia entre 2º C e 3º C, e pode deixar o clima mais seco e com redução de chuva entre 10% a 20%.
Um cerrado mais pobre em biodiversidade vai avançar sobre a floresta. Esta savanização é acelerada pelos desmatamentos e queimadas.
Das 32 ecorregiões da Amazônia, pelo menos 18 perderão mais de 40% da cobertura florestal e 12 delas vão perder mais de 70%, com impactos gravíssimos na biodiverisdade.
O desmatamento também reduz o transporte de umidade para outras regiões da América do Sul, como Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, provocando secas em outras regiões.
Se a Amazônia for desmatada totalmente, alterações no regime de chuvas podem afetar o clima da América do Norte e da Europa, atingindo regiões a 10 mil km de distância.
Se todo o carbono armazenado na Amazônia for para a atmosfera, a concentração global dos gases de efeito estufa aumenta de 15% a 17%.
Nos próximos 50 ou 80 anos, o nível do mar vai subir entre 30 cm e 80 cm em função do derretimento de gelo que vem ocorrendo nas últimas décadas. Anomalias na Antártica podem acrescentar mais 15 cm a esta conta.
Cidades localizadas na costa brasileira serão atingidas. Construções à beira mar vão desaparecer, populações terão que ser remanejadas e os sistemas de esgoto precários entrarão em colapso.
O aquecimento global vai intensificar a ocorrência de tempestades intensas e novos furacões poderão atingir a costa do Brasil.
Secas poderão atingir os estados da região Sul com freqüência e intensidades crescentes.
Extremos de temperatura podem se intensificar tanto no verão como no inverno.
A produção de grãos poderá ficar inviabilizada no Sul do Brasil, aumentando o êxodo rural.
A migração das lavouras para o Norte pode aumentar ainda mais o desmatamento da Amazônia, o que vai diminuir o transporte de umidade e as chuvas no Sul.
As chuvas cada vez mais intensas vão castigar as cidades, com grande impacto social nos bairros mais pobres.
Temperaturas mais altas aumentam a incidência de doenças e a mortalidade de crianças e idosos.

Não entendeu? Eu desenho...

Amazônia – Se o avanço da fronteira agrícola e da indústria madeireira for mantido nos níveis atuais, a cobertura florestal vai diminuir dos atuais 5,3 milhões de km2 (85% da área original) para 3,2 milhões de km2 em 2050 (53% da cobertura original).
O aquecimento global vai aumentar as temperaturas na região amazônica, e pode deixar o clima mais seco, provocando a savanização da floresta.
Semi-árido – As temperaturas podem aumentar de 2º C a 5º C no Nordeste até o final do século 21.
A caatinga será substituída por uma vegetação mais árida.
O desmatamento da Amazônia pode deixar o semi-árido mais seco.
Com o aquecimento global, a evaporação aumenta e a disponibilidade hídrica
diminui.
Com a degradação do solo, aumentará a migração para as cidades costeiras.

Zona Costeira – O aumento do nível do mar vai trazer grandes prejuízos ao litoral. Construções à beira-mar vão desaparecer, portos serão destruídos, populações terão que ser remanejadas. Sistemas de esgoto precários entrarão em colapso.
Novos furacões poderão atingir a costa do Brasil.

Região Sul – A produção de grãos poderá ficar inviabilizada na região Sul do Brasil com o aumento da temperatura.
As chuvas cada vez mais intensas vão castigar as cidades, com grande impacto social nos bairros mais pobres.
Com temperaturas mais altas e extremas em curto espaço de tempo, mais doenças serão registradas.

Agricultura – Culturas perenes – como o café e a laranja – tendem a procurar regiões com temperaturas máximas mais amenas e o eixo de produção poderá se deslocar para o sul do país.
As elevadas temperaturas de verão vão condicionar o deslocamento das culturas como arroz, feijão, milho e soja para a região Centro-Oeste, promovendo um forte deslocamento do atual eixo de produção nacional.

Recursos Hídricos – A redução de chuvas e a diminuição de vazão nos rios vão limitar a diluição dos esgotos.
Pode haver transbordamento das estações de tratamento e de sistemas de esgotamento sanitário.
A geração de energia ficará comprometida com a falta de chuvas em algumas regiões.

Grandes Cidades – Regiões metropolitanas ficarão ainda mais quentes, com mais inundações, enchentes e desmoronamentos em áreas de risco, principalmente nas encostas de morro.

Saúde –
Os casos de doenças infecciosas transmissíveis vão aumentar. A dengue e a malária podem se alastrar pelo país.
A proliferação de vetores tende a aumentar nas áreas urbanas.

(fonte: Greenpeace)

Quem sabe agora você pare para pensar sobre o que aquela uma hora poderia ter poupado...

Nenhum comentário: