segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Recado nas páginas do MSN




As páginas do msn estão repletas de frases escritas pelos internautas distantes, que tentam de alguma maneira se diferenciar, se rotular, mostrar algo de si, algo que o faça outro, perante tantos bonequinhos verdes.

Hoje entre “Da-lhe porco” e “Marta, eu sei porque o Kassab não casou” estava Martin Luther King. Não esperava encontra-lo ali, em uma página de relacionamentos, mas lá estava, talvez para me instigar, me resgatar, ou me tentar. “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética.O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. Martin Luther King

No burburinho constante da redação pensei em porque nos declaramos tão impotentes. Seria essa impotência uma condição, ou uma escolha?

Acho que realmente nos convencemos que não temos poder sobre nada, não temos mais direito nem ao nosso corpo, aceitamos agressões, veladas ou abertas, físicas ou psicológicas, resignados. Abrimos mão dos nossos direitos.

O coro dirá “são pensamentos de jovem, que acaba de sair da universidade, com o tempo terá que deixá-los e se encaixar na vida real”. Será a vida real resignação? E aqueles que optaram pelo NÃO? NÃO se resignar, NÃO aceitar, NÃO esquecer, NÃO ser mais um impotente?

Logo o coro novamente dirá “Utópico”, e eu gritarei fora do tom, se sua opção é ser espectador não tente matar a gana do jovem, de idade e de espírito, de quem ainda crê, e acha que se o mundo não nasceu assim ele pode ser mudado. A história não acabou, não seria a primeira nem a ultima vez que uma quebra de paradigmas aconteceria.

Rotulem como quiserem, prefiro ser a voz destoante. Sugiro que tente também, antes que seu silêncio custe um preço alto de mais para ser pago.
“A covardia coloca a questão: 'É seguro?
'O comodismo coloca a questão: 'É popular?
'A etiqueta coloca a questão: 'é elegante?
'Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?
'E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta”. Martin Luther King