sexta-feira, 18 de abril de 2008

A máquina do desemprego




Já em 1847, Marx tentou nos alertar “A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e como isso, todas as relações sociais...Essa revolução continua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, ... as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes de se ossificar”.
Ao longo das bruscas mudanças sofridas pelo mercado de trabalho brasileiro, o trabalhador, cal misturado à água, é obrigado a constantes mutações, pois se permanecer inerte endurece, pesa e se transforma em pedra no caminho.
Aprendemos cedo a competir, com nossas limitações, com o outro e contra todos. No entanto, ultimamente a competição tem se tornado injusta, temos que competir com máquinas. Não são máquinas saídas das telas de “O exterminador do futuro” ou do mais recente “Transformers”, são máquinas que ocupam em larga escala os postos de trabalho que antes demandavam de mãos, braços e cérebros. Os únicos cérebros que o mercado ainda demanda são os daqueles que criam as máquinas, controlam seus movimentos ou coordenam alguma coisa, ou coisa alguma.
Ao trabalhador cabe a impossível missão de se atualizar e se especializar em temas perecíveis, barganhar por um espaço restante no mercado de trabalho e aumentar sua produtividade.
Em último caso, resta o mais crescente mercado, o informal.

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